A maioria dos viajantes tem medo de voar, mas normalmente as suas preocupações só se centram no próprio avião. Poucos pensam na segurança dos aeroportos e não só no Brasil, mas ao longo do planeta, há muitos que apresentam imperfeições na concepção que só agora estão a notar-se. De fato, dentre estes aeroportos que foram construídos há 50 anos, muitos já não são adequados para atender as necessidades dos aviões do século XXI.
A este respeito o Canal da História (Canal TV de Portugal) produziu em 28/10/2010, um documentário de 02 horas de duração sob o título - Aeroportos no Limite.
Seguindo este modelo de 50 anos atrás, vêm os SLLQC afirmar que irão propor romper o acordo que impede a ampliação do aeroporto Leite Lopes baseados na defesa do “propalado“ interesse público. Mas o que na verdade isto representaria, seria um presente de grego - Ribeirão Preto ganhar um novo Congonhas.
Vejamos o que tentam esconder da população:
01 – Faixa de aproximação e afastamento das aeronaves está em área densamente habitada
80% dos acidentes aéreos no país ocorrem em pouso ou decolagem, sendo que cerca de 100 mil pessoas residem nas áreas de aproximação e afastamento das aeronaves em Ribeirão Preto , compreendendo da Ribeirânea, Lagoinha e adjascências de um lado e Simioni e adjascências do outro.
O acidente do Fokker 100 da TAM ocorreu em um dos momentos mais críticos do vôo: a decolagem. Cerca de 86 % dos acidentes aéreos brasileiros ocorrem no pouso ou na subida dos aviões. A informação é do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
O risco é maior nos pousos e decolagens por causa das variações de potência, velocidade e altitude. Essas variações exigem atenção do piloto e um número maior de respostas da aeronave.
02 – Faixa de aproximação e afastamento das aeronaves têm obstáculos naturais.
As regras da OACI(organização Internacional da Aviação Civil) determinam que todos os aeroportos que operarem por regras de vôo por instrumentos devem estar livres de obstáculos que interferem na fase de vôo da aeronave.
O Morro situado próximo ao Campus da Universidade Moura Lacerda é denominado Morro da Vitória e constitui-se um obstáculo natural.
Em entrevista a Rede Record (27/7/11) especialista alerta a este respeito:
Vejamos como este assunto é tratado em aeroportos que se preocupam de fato com a segurança:
Aeroporto Regional da Zona da Mata (ARZM) , mais conhecido como aeroporto de Goianá, a 35 quilômetros de Juiz de Fora:
Segundo Duarte, diretor de operações da Multiterminais, empresa que administra o aeroporto, as adequações exigidas, como a melhoria da estrada de acesso, assim como a retirada de um morro localizado na zona de proteção, não são impedimentos para que o aeroporto comece a operar. "Aproximadamente 80% do morro já foi retirado.
http://www.acessa.com/negocios/arquivo/noticias/2011/06/21-aeroporto/
03 – Contraria Normas Internacionais
Para engenheiro da USP, obra no aeroporto Leite Lopes é “estupidez”.
“Folha – O Sr é favorável à ampliação do Leite Lopes?
Romeu Corsini – Fico muito preocupado com o que esse aeroporto pode trazer para Ribeirão Preto. Eu, como professor de transporte aéreo da USP, não posso concordar. È uma estupidez muito grande. A Organização Internacional de Aviação Civil proíbe a ampliação em área de aproximação e afastamento de aeronaves. E seria necessário uma pista de 4000 metros para receber aviões de carga.
Folha de São – 23-10-2005
04 – Falta de áreas de escape
Áreas de escape previstas – de um lado bairros povoados, de outro o Campus da Universidade Moura Lacerda
05 - Operação de aeronaves cargueiras em pista pequena
Segundo os técnicos mesmo com uma pista de 2.500 metros ainda assim será insuficiente porque o mínimo para a cota de Ribeirão Preto é de 3.300 metros , preferencialmente uma pista com 3.900 metros , mais as áreas de escape. Avião cargueiro pousaria em pista menor que 3.300 metros ou até com menos, mas com menos carga e com redução da segurança.
Se aceitarmos isso, estaremos permitindo que o Leite Lopes se transforme no Congonhas Caipira, como ficou comprovado com a tragédia de Congonhas em 2007.
06 – Ruas e Avenidas vizinhas ao aeroporto a cerca de 100 metros da pista.
Ficar na cabeceira das pistas, podemos imaginar que seja na Av. Thomaz Albert Whatelly ou na Av. Brasil? Ou na R. Americana com vento de través que empurra a pipa para o lado da pista, situação pior que estar nas cabeceiras? É evidente que uma pipa não vai derrubar um avião. Mas poderá causar sérios danos às crianças que a empinam.
Sabiam que esse fato nem mesmo foi relatado no tal EIA-RIMA pomposo que o Movimento derrubou em 2007? Sabem porque é que não foi relatado? Porque seria um ponto a menos a favor do Leite Lopes ampliado e isso prejudicaria a justificativa do empreendimento.
07 - Risco Aviário
Apesar de omitido no EIA RIMA de 2007 , a presença de urubus em área próxima a cabeceira de pista sentido Av Thomaz Alberto Whately, é constante e já gerou 06 acidentes nos últimos anos.
Este risco ao aeroporto deveria ser de fácil solução mas não o é, pois está em área particular, sem função social , próxima à cabeceira e apesar da atuação da Fiscalização Geral da Prefeitura e placas educativas, a falta de mureta , calçada e abandono estimula o depósito irregular de lixos e entulhos como atrativos para os urubus.
O novo zoneamento de ruídos elaborado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas, anunciado como justificativa para a requerida ampliação do aeroporto, tem por função somente estabelecer o zoneamento de ruídos , onde por força de lei estaria sujeito a restrições ao uso do lei, mas vale lembrar que o zoneamento de ruídos atual está em vigor desde 1984 e até os dias atuais, o poder público (Prefeitura e Governo do Estado) são omissos e negligentes na sua aplicação.
Alertamos:
Aceitar todos estes fatores de riscos é crime, e no caso de acidentes tratar-se-ia de homicídio doloso. Não queremos um agente da morte em nossa cidade mas sim um aeroporto novo, em local adequado para esse tipo de operação, onde os interesses econômicos ligados ao terminal de cargas internacional, seja um empreendimento de fato, de alto padrão e não o que pretendem fazer no Leite Lopes.
Que tirem o lucro que pretendam, mas que garantam a segurança às populações, às tripulações e aos passageiros. Só o lucro, não!
Importante sempre ressaltar que esse novo projeto de morte referente à ampliação do Leite Lopes, o Puxadão , deve-se ao interesse de beneficiar uma empresa transportadora (Terminal de Cargas) e servir de base de marketing político para quem não tem nenhum programa político.
Por isso continuamos na luta, não queremos uma Associação de Vítimas de Acidentes Aéreos e não apenas para que
O LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ e um NOVO AEROPORTO JÁ!
Mas também pela renovação política de Ribeirão Preto e região lembrando que em 2012 teremos uma ótima oportunidade de fazê-la.
E para evitar estas tragédias anunciadas.
Não vote em político de 3ª linha. Vote em estadista!
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